segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Semana Da Arte Moderna 1922

Nome :Antonio Álex          N°:06
Nome :Daniel Junio           N°:09
Nome : Weiller Schepis     N°:42
Professora:Aristelina
           

         Semana de Arte Moderna de 1922

     Acontecimentos, artistas e escritores envolvidos, idéias do movimento artístico, mudanças de rumo na literatura e arte, Oswald de Andrade, Anita Malfatti, Manuel Bandeira, modernismo, revistas Klaxon e Antropofágica
 
Introdução
 
     A Semana de Arte Moderna ocorreu no Teatro Municipal de São Paulo, em 1922, tendo como objetivo mostrar as novas tendências artísticas que já vigoravam na Europa. Esta nova forma de expressão não foi compreendida pela elite paulista, que era influenciada pelas formas estéticas européias mais conservadoras. O idealizador deste evento artístico e cultural foi o pintor Di Cavalcanti.
Participações e como foi
     Em um período repleto de agitações, os intelectuais brasileiros se viram em um momento em que precisavam abandonar os valores estéticos antigos, ainda muito apreciados em nosso país, para dar lugar a um novo estilo completamente contrário, e do qual, não se sabia ao certo o rumo a ser seguido.
No Brasil, o descontentamento com o estilo anterior foi bem mais explorado no campo da literatura, com maior ênfase na poesia. Entre os escritores modernistas destacam-se: Oswald de Andrade, Guilherme de Almeida e Manuel Bandeira. Na pintura, destacou-se Anita Malfatti, que realizou a primeira exposição modernista brasileira em 1917. Suas obras, influenciadas pelo cubismo, expressionismo e futurismo, escandalizaram a sociedade da época. Monteiro Lobato não poupou críticas à pintora, contudo, este episódio serviu como incentivo para a realização da Semana de Arte Moderna.
     A Semana, na verdade, foi a explosão de idéias inovadoras que aboliam por completo a perfeição estética tão apreciada no século XIX. Os artistas brasileiros buscavam uma identidade própria e a liberdade de expressão; com este propósito, experimentavam diferentes caminhos sem definir nenhum padrão. Isto culminou com a incompreensão e com a completa insatisfação de todos que foram assistir a este novo movimento. Logo na abertura, Manuel Bandeira, ao recitar seu poema Os sapos, foi desaprovado pela platéia através de muitas vaias e gritos.
Embora tenha sido alvo de muitas críticas, a Semana de Arte Moderna só foi adquirir sua real importância ao inserir suas idéias ao longo do tempo. O movimento modernista continuou a expandir-se por divulgações através da Revista Antropofágica e da Revista Klaxon, e também pelos seguintes movimentos: Movimento Pau-Brasil, Grupo da Anta, Verde-Amarelismo e pelo Movimento Antropofágico.
     Todo novo movimento artístico é uma ruptura com os padrões utilizados pelo anterior, isto vale para todas as formas de expressões, sejam elas através da pintura, literatura, escultura, poesia, etc. Ocorre que nem sempre o novo é bem aceito, isto foi bastante evidente no caso do Modernismo, que, a principio, chocou por fugir completamente da estética européia tradicional que influenciava os artistas brasileiros

Artistas
 
     Os artistas que tiveram presença na Semana de 22, foram os poetas Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Guilherme de Almeida, Ribeiro Couto, Plínio Salgado e Sérgio Milliet. Graça Aranha, Ronald de Carvalho e Menotti del Picchia ocuparam-se em explicar as novas teorias. A exposição de pintura tinha obras de Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Vicente do Rego Monteiro, Goeldi, como também do escultor Vitor Brecheret e dos arquitetos Antônio Garcia Moya e Georg Przyrembel.
Realizaram-se concertos musicais, destacando-se Villa-Lobos e o pianista Guiomar Novais. O número de dança ficou a cargo de Yvonne Daumerie.

Obras
— Fauvismo, 1905.
— Expressionismo, 1906.
— Cubismo, 1907.
— Futurismo, 1909
— Raionismo, 1911.
— Orfismo, 1912.
— Cubo-futurismo, 1912.
— Suprematismo, 1912.
— Nao-objetivismo, 1913.
— Vorticismo, 1913.
— Imaginismo, 1914.
— Dadaismo, 1916.
— Neoplasticismo, 1917.
— Ultraismo, 1918.
— Bauhaus, 1919.
— Espirito-Novo, 1920.
— Pintura metafisica, 1920
— Musicalismo, 1920.
— a Neue Schlichkeit, 1922.
— Manifesto dos pintores mexicanos (Siqueiros, Orozco, Rivera. 1922).
—Nova objetividade, 1922.


 Cubismo
     O Cubismo foi um movimento em princípio das artes plásticas, sobretudo da pintura, que, a partir da primeira década do século XX, rompe com a perspectiva adotada pela arte ocidental desde a Renascença.

Expressionismo
      O Expressionismo é o movimento artístico e literário que se caracteriza pela
expressão de intensas emoções. As obras não têm preocupação com a beleza
tradicional e exibem um enfoque pessimista da vida, marcado pela angústia, pela dor
pela inadequação do artista diante da realidade e muitas vezes pela necessidade de
denunciar problemas sociais.

Futurismo

      O Futurismo foi o movimento artístico e literário iniciado oficialmente em 1909 com
a publicação do Manifesto Futurista do poeta italiano Filippo Marinetti (1876-1944)
no jornal frânces Le Figaro. Trata-se do primeiro grande movimento artístico de
vanguarda do século XX (o fauvismo se restringe às artes plásticas).

Surrealismo

     O Surrealismo é um movimento artístico literário que surge na França nos anos 20,
reunindo artistas anteriormente ligados ao Dadá. Fortemente influenciado pelas
teorias psicanalíticas de Sigmund Freud (1856-1939), o surrealismo enfatiza o papel
do inconsciente na atividade criativa. A arte deve se libertar das exigências da lógica
e ir além da consciência cotidiana, expressar o inconsciente e os sonhos, livre de
controle da razão e de preocupações estéticas ou morais. O principal teórico e líder do
movimento é o poeta, escritor, crítico e psiquiatra francês André Breton (1896-1966),
que em 1924 publica o primeiro Manifesto Surrealista. A palavra surrealismo havia
sido criada em 1917 pelo poeta Apollinaire Guillaume (1886-1918), ligado ao
cubismo, para identificar expressões artísticas que se esboçavam. A palavra é adotada
pelos surrealistas por refletir a idéia de algo além do realismo.

Curiosidades

     A Semana de Arte Moderna de 1922 aconteceu em apenas três dias: 13, 15 e 17 de fevereiro. O primeiro deles tratou de pintura e escultura, o segundo foi dedicado à literatura e à poesia e o terceiro dia ficou para a música. O evento, realizado no Teatro Municipal de São Paulo, foi o grande marco do Modernismo no Brasil.














 






sábado, 25 de setembro de 2010


Semana de Arte Moderna , também chamada de Semana de 22, ocorreu em São Paulo no ano de 1922, nos dias 1315 e 17 de fevereiro, noTeatro Municipal.
Cada dia da semana foi dedicado a um tema: respectivamente, pintura e esculturapoesialiteratura e música.
O presidente do estado de São Paulo, da época, Dr. Washington Luís apoiou o movimento, especialmente atráves de René Thiollier, que solicitou patrocínio para trazer os artistas do Rio de Janeiro, Plínio Salgado e Menotti Del Pichia, membros de seu partido, o Partido Republicano Paulista.
A Semana de Arte Moderna representou uma verdadeira renovação de linguagem, na busca de experimentação, na liberdade criadora da ruptura com o passado e até corporal, pois a arte passou então da vanguarda, para o modernismo. O evento marcou época ao apresentar novas ideias e conceitos artísticos, como a poesia através da declamação, que antes era só escrita; a música por meio de concertos, que antes só havia cantores sem acompanhamento de orquestras sinfônicas; e a arte plástica exibida em telas, esculturas e maquetes de arquitetura, com desenhos arrojados e modernos. O adjetivo "novo" passou a ser marcado em todas estas manifestações que propunha algo no mínimo curioso e de interesse.
Participaram da Semana nomes consagrados do modernismo brasileiro, como Mário de AndradeOswald de AndradeVíctor BrecheretPlínio SalgadoAnita MalfattiMenotti Del PichiaGuilherme de AlmeidaSérgio MillietHeitor Villa-LobosTarsila do AmaralTácito de AlmeidaDi Cavalcanti entre outros, e como um dos organizadores o intelectual Rubens Borba de Moraes que, entretanto, por estar doente, dela não participou.

Vanguardas europeias

A nova intelectualidade brasileira dos anos 10-20 viu-se em um momento de necessidade de abandono dos antigos ideais estéticos do século XIX ainda em moda no país. Havia algumas notícias sobre as experiências estéticas que ocorriam na Europa no momento, mas ainda não se tinha certeza do que estava acontecendo e quais seriam os rumos a se tomar.
O principal foco de descontentamento com a ordem estética estabelecida se dava no campo da literatura (e da poesia, em especial). Exemplares do Futurismo italiano chegavam ao país e começavam a influenciar alguns escritores, como Oswald de Andrade e Guilherme de Almeida.
A jovem pintora Anita Malfatti voltava da Europa trazendo a experiência das novas vanguardas, e em 1917 realiza a que foi chamada de primeira exposição modernista brasileira, com influências do cubismo,expressionismo e futurismo. A exposição causa escândalo e é alvo de duras críticas de Monteiro Lobato, o que foi o estopim para que a Semana de Arte Moderna tivesse o sucesso que, com o tempo, ganhou.
Semana de Arte Moderna , também chamada de Semana de 22, ocorreu em São Paulo no ano de 1922, nos dias 1315 e 17 de fevereiro, no Teatro Municipal.
Cada dia da semana foi dedicado a um tema: respectivamente, pintura e esculturapoesialiteratura e música.
O presidente do estado de São Paulo, da época, Dr. Washington Luís apoiou o movimento, especialmente atráves de René Thiollier, que solicitou patrocínio para trazer os artistas do Rio de Janeiro, Plínio Salgado e Menotti Del Pichia, membros de seu partido, o Partido Republicano Paulista.
A Semana de Arte Moderna representou uma verdadeira renovação de linguagem, na busca de experimentação, na liberdade criadora da ruptura com o passado e até corporal, pois a arte passou então da vanguarda, para o modernismo. O evento marcou época ao apresentar novas ideias e conceitos artísticos, como a poesia através da declamação, que antes era só escrita; a música por meio de concertos, que antes só havia cantores sem acompanhamento de orquestras sinfônicas; e a arte plástica exibida em telas, esculturas e maquetes de arquitetura, com desenhos arrojados e modernos. O adjetivo "novo" passou a ser marcado em todas estas manifestações que propunha algo no mínimo curioso e de interesse.
Participaram da Semana nomes consagrados do modernismo brasileiro, como Mário de AndradeOswald de AndradeVíctor BrecheretPlínio SalgadoAnita MalfattiMenotti Del PichiaGuilherme de AlmeidaSérgio MillietHeitor Villa-LobosTarsila do AmaralTácito de AlmeidaDi Cavalcanti entre outros, e como um dos organizadores o intelectual Rubens Borba de Moraes que, entretanto, por estar doente, dela não participou.

   


Alice Cristina 02
Lorrane Moreira 21
Priscilla Azevedo 30 
TURMA 3°e

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Semana da arte moderna 1922

A semana da arte moderna (1922)


          A Semana de Arte Moderna , também chamada de Semana de 22, ocorreu em São Paulo no ano de 1922, nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro, no Teatro Municipal.

          Cada dia da semana foi dedicado a um tema: respectivamente, pintura e escultura, poesia, literatura e música.

          O presidente do estado de São Paulo, da época, Dr. Washington Luís apoiou o movimento, especialmente atráves de René Thiollier, que solicitou patrocínio para trazer os artistas do Rio de Janeiro, Plínio Salgado e Menotti Del Pichia, membros de seu partido, o Partido Republicano Paulista.

          A Semana de Arte Moderna representou uma verdadeira renovação de linguagem, na busca de experimentação, na liberdade criadora da ruptura com o passado e até corporal, pois a arte passou então da vanguarda, para o modernismo. O evento marcou época ao apresentar novas ideias e conceitos artísticos, como a poesia através da declamação, que antes era só escrita; a música por meio de concertos, que antes só havia cantores sem acompanhamento de orquestras sinfônicas; e a arte plástica exibida em telas, esculturas e maquetes de arquitetura, com desenhos arrojados e modernos. O adjetivo "novo" passou a ser marcado em todas estas manifestações que propunha algo no mínimo curioso e de interesse.

          Participaram da Semana nomes consagrados do modernismo brasileiro, como Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Víctor Brecheret, Plínio Salgado, Anita Malfatti, Menotti Del Pichia, Guilherme de Almeida, Sérgio Milliet, Heitor Villa-Lobos, Tarsila do Amaral, Tácito de Almeida, Di Cavalcanti entre outros, e como um dos organizadores o intelectual Rubens Borba de Moraes que, entretanto, por estar doente, dela não participou[1].

Origens

          A Semana de Arte Moderna ocorreu em uma época cheia de turbulências políticas, sociais, econômicas e culturais. As novas vanguardas estéticas surgiam e o mundo se espantava com as novas linguagens desprovidas de regras. Alvo de críticas e em parte ignorada, a Semana não foi bem entendida em sua época. A Semana de Arte Moderna se encaixa no contexto da República Velha, controlada pelas oligarquias cafeeiras e pela política do café-com-leite. O capitalismo crescia no Brasil, consolidando a República e a elite paulista, esta totalmente influenciada pelos padrões estéticos europeus mais tradicionalistas.

          Seu objetivo era renovar o ambiente artístico e cultural da cidade com "a perfeita demonstração do que há em nosso meio em escultura, arquitetura, música e literatura sob o ponto de vista rigorosamente atual", como informava o Correio Paulistano, órgão do partido governista paulista, em 29 de janeiro de 1922.



Vanguardas europeias

          A nova intelectualidade brasileira dos anos 10-20 viu-se em um momento de necessidade de abandono dos antigos ideais estéticos do século XIX ainda em moda no país. Havia algumas notícias sobre as experiências estéticas que ocorriam na Europa no momento, mas ainda não se tinha certeza do que estava acontecendo e quais seriam os rumos a se tomar.

          O principal foco de descontentamento com a ordem estética estabelecida se dava no campo da literatura (e da poesia, em especial). Exemplares do Futurismo italiano chegavam ao país e começavam a influenciar alguns escritores, como Oswald de Andrade e Guilherme de Almeida.

          A jovem pintora Anita Malfatti voltava da Europa trazendo a experiência das novas vanguardas, e em 1917 realiza a que foi chamada de primeira exposição modernista brasileira, com influências do cubismo, expressionismo e futurismo. A exposição causa escândalo e é alvo de duras críticas de Monteiro Lobato, o que foi o estopim para que a Semana de Arte Moderna tivesse o sucesso que, com o tempo, ganhou.

Antecedentes


          Mário de Andrade (primeiro à esquerda, no alto), Rubens Borba de Moraes (sentado, segundo da esquerda para a direita) e outros modernistas em 1922, dentre os quais (não identificados) Tácito, Baby, Mário e Guilherme de Almeida e Yan de Almeida Prado

          Alguns eventos que direta ou indiretamente motivaram a realização da Semana de 1922, mudando as atitudes dos jovens artistas modernistas:

• 1912. Oswald de Andrade retorna da Europa, impregnado do Futurismo de Marinetti, e afirmando que “estamos atrasados cinquenta anos em cultura, chafurdados ainda em pleno Parnasianismo”.

• 1913. Lasar Segall, pintor lituano, realiza “a primeira exposição de pintura não acadêmica em nosso país”, nas palavras de Mário de Andrade.

• 1914. Primeira exposição de pintura de Anita Malfatti, que retorna da Europa trazendo influências pós-impressionistas.

• 1917. – Mário de Andrade e Oswald de Andrade, os dois grandes líderes da primeira geração de nosso Modernismo, se tornam amigos.

 Publicação de Há uma gota de sangue em cada poema; livro de poemas de Mário de Andrade, que utilizou o pseudônimo Mário Sobral para assinar essa obra pacifista, protestando contra a Primeira Guerra Mundial.

o Publicação de Moisés e Juca Mulato, poemas regionalistas de Menotti Del Pichia, que conseguem sucesso junto ao público.

o Publicação de A cinza das horas, de Manuel Bandeira.

o O músico francês Darius Milhaud, que vive no Rio de Janeiro e entusiasma-se com maxixe, samba e os chorinhos de Ernesto Nazareth, se encontra com Villa-Lobos. O então jovem compositor, já impressionado com a descoberta de Stravinski, entra em contato com a moderna música francesa.

o Segunda exposição de Anita Malfatti, exibindo quadros expressionistas, criticados com dureza por Monteiro Lobato, no artigo “Paranoia ou mistificação?”, publicado no jornal O Estado de S. Paulo, Esse artigo é considerado o “estopim” de nosso modernismo, já que provocou a união dos jovens artistas, levando-os a discutir a necessidade de divulgar coletivamente o movimento.

• 1919. Publicação de Carnaval, de Manuel Bandeira, já com versos livres.



Palácio Trianon e Túnel 9 de Julho.

• 1921. Banquete no Palácio Trianon, em homenagem ao lançamento de As máscaras, de Menotti Del Picchia, Oswald de Andrade faz um discurso, afirmando a chegada da revolução modernista em nosso país.

o Exposições de quadros de Vicente do Rego Monteiro, em Recife e no Rio de Janeiro, explorando a temática indígena.

o Mostra de desenhos e caricaturas de Di Cavalcanti, denominada “Fantoches da Meia-noite”, na cidade de São Paulo.

o Oswald de Andrade, Menotti Del Picchia, Cândido Mota Filho e Mário de Andrade divulgam o Modernismo, em revistas e jornais.

o Mário de Andrade escreve a série Os mestres do passado, analisando esteticamente a poesia parnasiana que estava no auge da reputação literária e mostrando a necessidade de superá-la, porque a sua missão já foi cumprida.

o Oswald de Andrade publica um artigo sobre os poemas de Mário de Andrade, intitulando-o “O meu poeta futurista”. A partir de então, apesar da recusa de Mário de Andrade em aceitar a designação, a palavra “futurismo” passa a ser utilizada indiscriminadamente para toda e qualquer manifestação de comportamento modernista, em tom na maioria das vezes pejorativo. Em contrapartida, os modernistas chamam de “passadistas” os defensores da tradição em geral.

A Semana

          A Semana, de uma certa maneira, nada mais foi do que uma ebulição de novas ideias totalmente libertadas, nacionalista em busca de uma identidade própria e de uma maneira mais livre de expressão. Não se tinha, porém, um programa definido: sentia-se muito mais um desejo de experimentar diferentes caminhos do que de definir um único ideal moderno.

• 13 de fevereiro (Segunda-feira) - Casa cheia, abertura oficial do evento. Espalhadas pelo saguão do Teatro Municipal de São Paulo, várias pinturas e esculturas provocam reações de espanto e repúdio por parte do público. O espetáculo tem início com a confusa conferência de Graça Aranha, intitulada "A emoção estética da Arte Moderna". Tudo transcorreu em certa calma neste dia.

• 15 de fevereiro (Quarta-feira) - Guiomar Novais era para ser a grande atração da noite. Contra a vontade dos demais artistas modernistas, aproveitou um intervalo do espetáculo para tocar alguns clássicos consagrados, iniciativa aplaudida pelo público. Mas a "atração" dessa noite foi a palestra de Menotti del Picchia sobre a arte estética. Menotti apresenta os novos escritores dos novos tempos e surgem vaias e barulhos diversos (miados, latidos, grunhidos, relinchos…) que se alternam e confundem com aplausos. Quando Ronald de Carvalho lê o poema intitulado Os Sapos de Manuel Bandeira, (poema criticando abertamente o parnasianismo e seus adeptos) o público faz coro atrapalhando a leitura do texto. A noite acaba em algazarra. Ronald teve de declamar o poema pois Bandeira estava impedido de fazê-lo por causa de uma crise de tuberculose.




Importantes figuras do modernismo, em 1922. Mário de Andrade (sentado), Anita Malfatti (sentada, ao centro) e Zina Aita (à esquerda de Anita).

• 17 de fevereiro (Sexta-feira) - O dia mais tranquilo da semana, apresentações musicais de Villa-Lobos, com participação de vários músicos. O público em número reduzido, portava-se com mais respeito, até que Villa-Lobos entra de casaca, mas com um pé calçado com um sapato, e outro com chinelo; o público interpreta a atitude como futurista e desrespeitosa e vaia o artista impiedosamente. Mais tarde, o maestro explicaria que não se tratava de modismo e, sim, de um calo inflamado…

Desdobramentos

          Vale ressaltar, que a Semana em si não teve grande importância em sua época, foi com o tempo que ganhou valor histórico ao projetar-se ideologicamente ao longo do século. Devido à falta de um ideário comum a todos os seus participantes, ela desdobrou-se em diversos movimentos diferentes, todos eles declarando levar adiante a sua herança.

          Ainda assim, nota-se até as últimas décadas do Século XX a influência da Semana de 1922, principalmente no Tropicalismo e na geração da Lira Paulistana nos anos 70 (Arrigo Barnabé, Itamar Assumpção, entre outros). O próprio nome Lira Paulistana é tirado de uma obra de Mário de Andrade.

          Mesmo a Bossa Nova deve muito à turma modernista, pela sua lição peculiar de "antropofagia", traduzindo a influência da música popular norte-americana à linguagem brasileira do samba e do baião.

Centro de ensino medio 804

Nome: Rafael da silva araújo        N°: 31
Nome: Renilson da silva macedo  N°: 35

Série/Turma: 3° ‘’E’’

Semana da Arte Moderna de 1922




Introdução

        A Semana de Arte Moderna ocorreu no Teatro Municipal de São Paulo, em 1922, tendo como objetivo mostrar as novas tendências artísticas que já vigoravam na Europa. Esta nova forma de expressão não foi compreendida pela elite paulista, que era influenciada pelas formas estéticas européias mais conservadoras. O idealizador deste evento artístico e cultural foi o pintor Di Cavalcanti (veja algumas obras dele).


 
Participações e como foi?

        Em um período repleto de agitações, os intelectuais brasileiros se viram em um momento em que precisavam abandonar os valores estéticos antigos, ainda muito apreciados em nosso país, para dar lugar a um novo estilo completamente contrário, e do qual, não se sabia ao certo o rumo a ser seguido.
       No Brasil, o descontentamento com o estilo anterior foi bem mais explorado no campo da literatura, com maior ênfase na poesia. Entre os escritores modernistas destacam-se: Oswald de Andrade, Guilherme de Almeida e Manuel Bandeira. Na pintura, destacou-se Anita Malfatti, que realizou a primeira exposição modernista brasileira em 1917. Suas obras, influenciadas pelo cubismo, expressionismo e futurismo, escandalizaram a sociedade da época. Monteiro Lobato não poupou críticas à pintora, contudo, este episódio serviu como incentivo para a realização da Semana de Arte Moderna.

Manuel Bandeira Guilherme de Almeida

Oswald de Andrade

Anita Malfatti

        A Semana, na verdade, foi a explosão de idéias inovadoras que aboliam por completo a perfeição estética tão apreciada no século XIX. Os artistas brasileiros buscavam uma identidade própria e a liberdade de expressão; com este propósito, experimentavam diferentes caminhos sem definir nenhum padrão. Isto culminou com a incompreensão e com a completa insatisfação de todos que foram assistir a este novo movimento. Logo na abertura, Manuel Bandeira, ao recitar seu poema Os sapos, foi desaprovado pela platéia através de muitas vaias e gritos.

Os Sapos
Enfunando os papos,
Saem da penumbra,
Aos pulos, os sapos.
A luz os deslumbra.
Em ronco que aterra,
Berra o sapo-boi:
- "Meu pai foi à guerra!"
- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!".
O sapo-tanoeiro,
Parnasiano aguado,
Diz: - "Meu cancioneiro
É bem martelado.
Vede como primo
Em comer os hiatos!
Que arte! E nunca rimo
Os termos cognatos.
O meu verso é bom
Frumento sem joio.
Faço rimas com
Consoantes de apoio.
Vai por cinquüenta anos
Que lhes dei a norma:
Reduzi sem danos
A fôrmas a forma.
Clame a saparia
Em críticas céticas:
Não há mais poesia,
Mas há artes poéticas..."
Urra o sapo-boi:
- "Meu pai foi rei!"- "Foi!"
- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!".
Brada em um assomo
O sapo-tanoeiro:
- A grande arte é como
Lavor de joalheiro.
Ou bem de estatuário.
Tudo quanto é belo,
Tudo quanto é vário,
Canta no martelo".
Outros, sapos-pipas
(Um mal em si cabe),
Falam pelas tripas,
- "Sei!" - "Não sabe!" - "Sabe!".
Longe dessa grita,
Lá onde mais densa
A noite infinita
Veste a sombra imensa;
Lá, fugido ao mundo,
Sem glória, sem fé,
No perau profundo
E solitário, é
Que soluças tu,
Transido de frio,
Sapo-cururu
Da beira do rio...

                                                                 Manuel Bandeira
          Embora tenha sido alvo de muitas críticas, a Semana de Arte Moderna só foi adquirir sua real importância ao inserir suas idéias ao longo do tempo. O movimento modernista continuou a expandir-se por divulgações através da Revista Antropofágica e da Revista Klaxon, e também pelos seguintes movimentos: Movimento Pau-Brasil, Grupo da Anta, Verde-Amarelismo e pelo Movimento Antropofágico.
         Todo novo movimento artístico é uma ruptura com os padrões utilizados pelo anterior, isto vale para todas as formas de expressões, sejam elas através da pintura, literatura, escultura, poesia, etc. Ocorre que nem sempre o novo é bem aceito, isto foi bastante evidente no caso do Modernismo, que, a principio, chocou por fugir completamente da estética européia tradicional que influenciava os artistas brasileiros.


Um grupo importante
de renovadores

            De acordo com o catálogo da mostra, participavam da Semana os seguintes artistas: Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Zina Aita, Vicente do Rego Monteiro, Ferrignac (Inácio da Costa Ferreira), Yan de Almeida Prado, John Graz, Alberto Martins Ribeiro e Oswaldo Goeldi, com pinturas e desenhos;
          Marcavam presença, ainda, Victor Brecheret, Hildegardo Leão Velloso e Wilhelm Haarberg, com esculturas; Antonio Garcia Moya e Georg Przyrembel, com projetos de arquitetura.
         Além disso, havia escritores como Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Menotti del Picchia, Sérgio Milliet, Plínio Salgado, Ronald de Carvalho, Álvaro Moreira, Renato de Almeida, Ribeiro Couto e Guilherme de Almeida.
        Na música, estiveram presentes nomes consagrados, como Villa-Lobos, Guiomar Novais, Ernâni Braga e Frutuoso Viana.


Literatura


           A Semana de Arte Moderna apresentou modificações consideráveis na literatura modernista; foi uma verdadeira revolução literária que estabelecia uma liberdade absoluta na arte. Um dos grandes objetivos deste evento foi situar a literatura brasileira na modernidade contemporânea. Isso só foi possível após um contato com as técnicas literárias e visões de mundo da vanguarda européia, provenientes do futurismo, do dadaísmo, do expressionismo e do surrealismo.
          Os artistas e intelectuais queriam acabar com a mania de falar difícil e não dizer nada.Uma de suas principais inovações foi a abordagem de temas do cotidiano, com destaque para a realidade brasileira e seus problemas sociais.
         O texto passa a ser mais coloquial, deixando de lado a linguagem culta, admitindo-se até mesmo o uso de gírias. O uso de rimas e métricas perfeitas na poesia não são mais obrigatórias, possibilitando versos mais livres.

Fontes:
http://www.puccampinas.edu.br/centros/clc/jornalismo/projetosweb/2003/Semanade22/literatura.htm
http://www.pitoresco.com.br/brasil/textos/semana.htm
http://www.suapesquisa.com/artesliteratura/semana22/


Alunos:
  •  Gustavo                Nº: 13
  •  Yuri das Neves     Nº: 45





SEMANA DA ARTE MODERNA

1. INTRODUÇÃO
Arte Moderna, Semana de, evento de 1922 que representa uma renovação de
linguagem, a busca de experimentação, a liberdade criadora e a ruptura com o
passado.
Oficialmente, o movimento modernista irrompe, no Brasil, com a Semana de Arte
Moderna que, em de três festivais realizados no Teatro Municipal de São Paulo,
apresenta as novas idéias artísticas. A nova poesia através da declamação. A nova
música por meio de concertos. A nova arte plástica exibida em telas, esculturas e
maquetes de arquitetura. O adjetivo "novo", marcando todas estas manifestações,
propunha algo a ser recebido com curiosidade ou interesse.
Não foi assim. Na principal noite da semana, a segunda, enquanto Menotti Del Picchia
expunha as linhas e objetivos do movimento e Mário de Andrade recitava sua Paulicéia
desvairada, inclusive a Ode ao burguês, a vaia era tão grande que não se ouvia, do
palco, o que Paulo Prado gritava da primeira fila da platéia. O mesmo aconteceu com
Os sapos, de Manuel Bandeira, que criticava o parnasianismo. Sob um coro de
relinchos e miados, gente latindo como cachorro ou cantando como galo, Sérgio Milliet
nem conseguiu falar. Oswald de Andrade debochou do fato, afirmando que, naquela
ocasião, revelaram-se "algumas vocações de terra-nova e galinha d'angola muito
aproveitáveis".
A semana era o ápice, ruidoso e espetacular, de uma não menos ruidosa e provocativa
tomada de posição de jovens intelectuais paulistas contra as práticas artísticas
dominantes no país. Práticas que, embora aceitas e mantidas, mostravam-se
esgotadas para expressar o tempo de mudanças em que viviam. A fala de Menotti del
Picchia, afirmando que a estética do grupo era de reação e, como tal, guerreira, não
deixava margem à dúvidas: "Queremos luz, ar, ventiladores, aeroplanos, reivindicações
obreiras, idealismos, motores, chaminés de fábricas, sangue, velocidade, sonho em
nossa arte. Que o rufo de um automóvel, nos trilhos de dois versos, espante da poesia
o último deus homérico, que ficou anacronicamente a dormir e a sonhar, na era do jazz
band e do cinema, com a flauta dos pastores da Arcádia e os seios divinos de Helena".

2. ANTECEDENTES
Vários fatos contribuíram para a Semana de Arte Moderna de 1922. Em 1912, Oswald
de Andrade chega da Europa influenciado pelo Manifesto futurista de Marinetti, funda o
irreverente jornal O Pirralho e, em suas páginas, critica a pintura nacional. O pintor
russo Lasar Segall, em 1913, desembarca em São Paulo com um estilo não
acadêmico, inovador e de cunho expressionista. Annita Malfatti, em 1914, após mostrar
seus trabalhos ligados aos impressionistas alemães, decide estudar nos Estados
Unidos. Em 1917 - ano de grande agitação político-social, greves e tumultos marcando
as lutas do operariado paulista -, inaugura-se a nova exposição de Anita Malfatti,
impiedosamente criticada por Monteiro Lobato no artigo Paranóia ou mistificação.
Menotti del Picchia publica Juca mulato, um canto de despedida à era agrária diante da
urbanização nascente. Em 1920, Oswald de Andrade diz que, no ano do centenário da
independência, os intelectuais deveriam fazer ver que "a independência não é somente
política, é acima de tudo independência mental e moral".
A estes episódios, somavam-se as idéias vindas do exterior. Do início do século XX ao
momento em que foi deflagrada a semana, 21 movimentos culturais haviam ocorrido no
Ocidente: fauvismo (1905), expressionismo (1906), cubismo (1907), futurismo (1909),
raionismo (1911), orfismo (1912), cubo-futurismo (1912), suprematismo (1912), nãoobjetivismo
(1913), vorticismo (1913), imaginismo (1914), dadaísmo (1916),
neoplasticismo (1917), ultraísmo (1918), bauhaus (1919), espírito-novo (1920), pintura
metafísica (1920), musicalismo (1920), a Neue Sachlichkeit (1922), manifesto dos
pintores mexicanos (Siqueiros, Orozco, Rivera - 1922) e nova objetividade (1922).
A semana coincide com a Nova objetividade e com o manifesto dos mexicanos, mas
seu ideário estava mais ligado a 1909. Embora rejeitassem a denominação de
"futuristas", esta doutrina se ajusta à paisagem paulistana do momento e lhes dá
instrumentos de trabalho para as idéias renovadoras que visavam implantar.
O contexto político-social em que ocorre a semana é, também, de agitação e
mudanças. As sucessivas crises da economia cafeeira, sustentáculo da vida
republicana, haviam abalado o prestígio social da aristocracia rural paulista. Ao mesmo
tempo, expande-se a industrialização com conseqüente urbanização e maior
mobilidade social. A pequena burguesia, que subira à cena política no início da
república (1889), começa a dar sinais de inquietação. A grande burguesia se divide,
com um segmento investindo na indústria nascente e hostilizando o segmento agrário
que ainda controla o poder público.

3. COMPOSIÇÃO DO GRUPO MODERNISTA
É neste contexto conturbado que se compõe o grupo modernista. Entre outros, dele
fazem parte os prosadores e poetas Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Menotti
Del Picchia, Guilherme de Almeida, Agenor Barbosa, Plínio Salgado, Cândido Motta
Filho e Sérgio Milliet. Os pintores Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Vicente do Rego
Monteiro e John Graz. Os escultores Victor Brecheret e W. Haeberg. Os arquitetos
Antonio Moya e George Przirembel. Em preparação à semana, um grupo vem ao Rio
de janeiro para buscar a adesão de artistas que consideravam simpatizantes às idéias
modernizadoras: Manuel Bandeira, Renato Almeida, Villa-Lobos, Ronald de Carvalho,
Álvaro Moreyra e Sérgio Buarque de Hollanda.

4. PROGRAMA DO MODERNISMO
1921 marca o início da busca de abrir terreno às idéias novas:
— Rejeição das concepções estéticas e práticas artísticas românicas, parnasianas e
realistas.
— Independência mental brasileira e recusa às tendências européias em moda nos
meios cultos conservadores.
— Elaboração de novas formas de expressão, capazes de apreender e representar os
problemas contemporâneos.
— Transposição, para a arte, de uma realidade viva: conflitos, choques, variedade e
tumulto, expressões de um tempo e uma sociedade.
Estas idéias se desdobram com o crescer do movimento, gerando os mais diversos
caminhos: a poesia pau-brasil, o verde-amarelismo, a antropofagia (ver Antropofagia
cultural), o regionalismo, a reação espiritualista e a consciência social.
Mário de Andrade, em estudo que levanta alarido e protestos, analisa Os mestres do
passado, criticando os ídolos do tempo: Francisca Júlia, Raimundo Correia, Alberto de
Oliveira, Olavo Bilac e Vicente de carvalho. Oswald de Andrade, no artigo O meu poeta
futurista, provoca reações transcrevendo versos de Mário, dentro da estética inovadora
(ver Poesia moderna brasileira).
Os festivais da semana, reunindo o grupo rebelde, ecoam a divisão dos grupos
artísticos ligados ao passado e introduzem as coordenadas culturais da nova era, o
mundo da técnica e do progresso que o modernismo glorifica para, depois, criticar por
suas conseqüências na esfera política e social.

5. CONTRADIÇÃO FATAL
"A aristocracia tradicional nos deu mão forte", confessa Mário de Andrade. "Dois
palhaços da burguesia, um paranaense, outro internacional - Emílio de Menezes e
Blaise Cendrars - me fizeram perder tempo", diz Oswald. "Fui com eles um palhaço de
classe", apontam ambos, com lucidez intelectual, para a contradição que só do tempo
faria evidente: esteticamente revolucionário, o movimento traria ou aprofundaria
conquistas - o verso livre, por exemplo - que se tornariam definitivas. Uma nova visão e
conceituação do fenômeno poético, da concepção da forma, da função das imagens e
de todos os recursos técnicos de expressão artística. Assim obteriam, como afirma
Mário de Andrade no mesmo balanço autocrítico, "direito à pesquisa estética livre de
cânones limitadores; a atualização da inteligência artística brasileira e a estabilização
de uma consciência criadora nacional.
Por volta de 1930, o movimento triunfante completa a ruptura com as tradições
conservadoras e acadêmicas, abrindo o caminho a novas perspectivas e rumos,
trilhadas pelas gerações seguintes. Na ferina expressão de Franklin de Oliveira, a
Semana de Arte Moderna foi "uma revolução que não saiu dos salões". Sublinhando a
autocrítica dos principais líderes do modernismo, Franklin afirma que os modernistas
"não pegaram "a máscara do tempo, para esbofeteá-la, como ela merecia ". Esta
posição levou o grupo a acreditar que nada havia feito de útil. As palavras de Mário de
Andrade definem este sentimento: "Eu creio que os modernistas da Semana de Arte
Moderna não devemos servir de exemplo a ninguém. Mas podemos servir de lição."1
Trecho do "Manifesto antropófago"
Só a antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente.
Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos os
coletivismos. De todas as religiões. De todos os tratados de paz.
Tupy, or not tupy that is the question.
Contra todas as catequeses. E contra a mãe dos Gracos.
Só me interessa o que não é meu. Lei do homem. Lei do antropófago.
Estamos fatigados de todos os maridos católicos suspeitosos postos em drama. Freud
acabou com o enigma mulher e com outros sustos da psicologia impressa.
O que atrapalhava a verdade era a roupa, o impermeável entre o mundo interior e o
mundo exterior. A reação contra o homem vestido. O cinema americano informará.
Filhos do sol, mãe dos viventes. Encontrados e amados ferozmente, com toda a
hipocrisia da saudade, pelos imigrados, pelos traficados e pelos touristes. No país da
cobra grande.

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Foi porque nunca tivemos gramáticas, nem coleções de velhos vegetais. E nunca
soubemos o que era urbano, suburbano, fronteiriço e continental. Preguiçosos no
mapa-múndi do Brasil.
Uma consciência participante, um rítmica religiosa.
Contra todos os importadores de consciência enlatada. A existência palpável da vida.
E a mentalidade prelógica para o Sr. Levi Bruhl estudar.
Queremos a Revolução Caraíba. Maior que a Revolução Francesa. A unificação de
todas as revoltas eficazes na direção do homem. Sem nós a Europa não teria sequer
a sua pobre declaração dos direitos do homem.
A idade do ouro anunciada pela América. A idade de ouro. E todas as girls.
Filiação. O contato com o Brasil Caraíba. Où Villegaignon print terre. Montaigne. O
homem natural. Rousseau. Da Revolução Francesa ao Romantismo, à Revolução
Bolchevista, à Revolução surrealista e ao bárbaro tecnizado de Keyserling.
Caminhamos.
Nunca fomos catequizados. Vivemos através de um direito sonâmbulo. Fizemos Cristo
nascer na Bahia. Ou em Belém do Pará.
Mas nunca admitimos o nascimento da lógica entre nós. Contra o Padre Vieira. Autor
do nosso primeiro empréstimo, para ganhar comissão. O rei analfabeto dissera-lhe:
ponha isso no papel mas sem muita lábia. Fez-se o empréstimo. Gravou-se o açúcar
brasileiro. Vieira deixou o dinheiro em Portugal e nos trouxe a lábia.
O espírito recusa-se a conceber o espírito sem corpo. O antropomorfismo.
Necessidade da vacina antropofágica. Para o equilíbrio contra as religiões de
meridiano. E as inquisições exteriores.
Só podemos atender ao mundo oracular.
Tínhamos a justiça codificação da vingança.
A ciência codificação da Magia. Antropofagia. A transformação permanente do Tabu
em totem.
Contra o mundo reversível e as idéias objetivadas. Cadaverizadas. O stop do
pensamento que é dinâmico. O indivíduo vítima do sistema. Fonte das injustiças
clássicas. Das injustiças românticas. E o esquecimento das conquistas interiores.
Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros, Roteiros.
O instinto Caraíba.
Morte e vida das hipóteses. Da equação eu parte do Kosmos ao axioma Kosmos parte
do eu. Subsistência. Conhecimento. Antropofagia.
Contra as elites vegetais. Em comunicação com o solo.
Nunca fomos catequizados. Fizemos foi Carnaval. 0 índio vestido de Senador do
Império. Fingindo de Pitt. Ou figurando nas óperas de Alencar cheio de bons
sentimentos portugueses.

Fonte: Schwartz, Jorge. Vanguardas latino-americanas. Polêmicas, manifestos e
textos críticos. São Paulo: Edusp/Iluminuras/Fapesp, 1995, págs. 142-144. 2
NOME: SAMUEL nº 36