A Art Nouveau 2ª parte
Após
o Hotel Tassel, Horta construiu várias outras residências, entre elas a
Maison du Peuple, em 1897, feita para abrigar os escritórios do
Sindicato dos Trabalhadores Socialistas, onde os princípios de
Viollet-le-Duc foram largamente utilizados.
A
estrutura do prédio é em aço dentro de uma caixa de paredes
descontínuas, revelando-se claramente ao exterior, intercalando as
amplas paredes de vidro com junções em madeira natural. Os trechos em
alvenaria fecham o campo envidraçado e ligam o edifício a arquiteturas
que o circunda, feita de alvenaria. No interior, Horta conseguiu uma
expressão bem fluída através da estrutura de ferro exposta em todos os
volumes principais, como as salas de reunião e oficinas. O projeto foi
considerado como sua obra-prima e um dos trabalhos mais influentes do
arquiteto.
Já
na França com a revolução industrial, uma classe média surge, trazendo
uma necessidade de consumo. Os produtos são feitos em série pelas
maquinas, perdendo a originalidade e qualidade. Nesse momento a Art
Nouveau também ganha destaque no país, chegando ao seu ápice em 1890 a
1900.
Nesse
intervalo surgiu Hector Guimard, arquiteto francês, que teve grande
sensibilidade no uso dos novos materiais, destacando-se não apenas
pelos seus projetos arquitetônicos como de mobiliário e objetos
decorativos.
Ele
foi responsável pelo projeto das estações do Mêtro de Paris em 1900,
utilizando exclusivamente o ferro e o vidro. Seu objetivo era o acesso
ao transporte com a leveza que o convém, usando linhas sinuosas,
contrastando com detalhes salientes e ossudos.
As
entradas foram construídas com peças de ferro em serie e alternadas,
fundida em forma de elemento naturais e emolduradas por aço esmaltado e
vidro.Ele tratou da iluminação dessas estruturas como
uma continuação sinuosa de sua forma. Essas construções foram erguidas
em um período de quatro anos, dando a Guimard a fama como criador do
“estilo mêtro”
Enquanto
as estações se aproximaram da expressividade linear de Horta, sua outra
obra, Castel Beranger n° 16 da Rua Fontaine em Passy (1894-8), teve
menos destaque que as casas de Horta, mas apresenta maior liberdade no
emprego de detalhes decorativos, especialmente no trabalho em ferro dos
portões.
Nunca
inteiramente resolvido como uma composição total, o Castel Béranger é,
no entanto, um importante trabalho de transição na carreira de Guimard.
A decoração em forma de galho e caule no mobiliário interior e nos
trabalhos em ferro no exterior representam um curioso contraste com o
articulado arquitetônico, mas disjuntivos elementos que compõem o
complexo da massa do exterior do edifício.
Com
36 apartamentos, cada um diferente do outro, o Castel Béranger é uma
curiosa composição de um planejamento racional e não-racional de
intenções e expressão. Guimard teve de explorar a sua concorrência como
uma ocasião para promover o estilo Guimard. Para esse efeito, criou uma
exposição do edifício e do seu conteúdo, no Salon du Figaro em 1899 e,
simultaneamente, publicou um livro do trabalho sob o título, L’Art dans
l’habitação moderne: Le Castel Béranger.
Localizado
no subúrbio em crescimento de Auteuil, o Castel Béranger deu a Guimard
uma excelente oportunidade para demonstrar a sutileza de seu estilo
sintético, em que referências urbanas e rústicas poderiam ser
sensatamente misturadas.
A
influência de Guimard pelas idéias de Horta, mostra certa dependência
da França em relação a Bélgica, não deixando no entanto de ser um país
onde o movimento possuiu extrema força.
Apesar
da Art Nouveau ter alcançado outros países como a Alemanha, a Espanha e
os EUA (nem sempre sendo referida com o mesmo nome), foi na França e na
Bélgica onde ela alcançou maior préstigio e foi amplamente difundida.
Pode-se
concluir que a Art Nouveau foi principalmente baseada no
individualismo, onde a máquina já está aperfeiçoada e pode executar
projetos com precisão, mas ainda é necessária a sensibilidade dos
artistas e artesãos para projetar e finalizar detalhes de execução.
Eles tinham como preocupação a criação de um estilo novo, que
combinasse o rococó com motivos derivados da arte japonesa, produzindo
sempre objetos que tivessem um valor de uso, do que apenas decorativo,
trazendo inovações que se voltavam para o futuro.
A Exposição de 1900 em Paris foi o apogeu e ao mesmo tempo o final da Art Nouveau.
A
arte que no começo era muito cara, fazendo com que apenas um limitado
número de pessoas mais abastadas conseguisse arcar com os custos de sua
produção, foi se popularizando e difundindo, sendo produzida em
quantidades bem maiores, diminuindo assim os seus padrões de qualidade.
Ela havia se tornado o que havia sido concebida para combater.
Em
1905 o movimento havia praticamente encerrado, mantendo-se apenas em
alguns países, em alguns trabalhos comerciais, sem nenhum ímpeto
criativo.
Apesar
de sua curta duração a Art Nouveau cumpriu os seus objetivos, ela
mostrou que não era necessário basear-se em estilos antigos para se
criar um novo, e que a alta qualidade de projetos e da execução podia
caminhar lado a lado com as experiências.
GRUPO:Nelma (nº 27),Regiane (nº 34) e Samuel (nº 36)