terça-feira, 22 de junho de 2010

Modernismo


Arquitetura Moderna No Brasil




Sem dúvida a Arquitetura brasileira constituiu o principal aporte americano ao movimento moderno durante o período 1940-1970 e repercutiu internacionalmente.

Todos concordam em afirmar que a catalização de forças criadoras e as idéias centrais ao movimento foram ajustadas por Le Corbusier em sua visita de 1936, quando em pouco mais de uma semana de trabalho intensivo, fez os esboços do Ministério da Educação e da Cidade Universitária.

Todos estão de acordo em afirmar que a catalização das forças criadoras e os ideais principais do movimento foram ajustados por Le Corbusier em sua visita de 1936. Em pouco mais de uma semana de trabalho intenso realizou os esquemas para o Ministério da Educação e a Cidade Universitária.

A tarefa comum, junto a Le Corbusier de Lucio Costa e Oscar Niemeyer, entre outros, garantiu que a semente frutificasse, não só na obra individual, mas também na prédica teórica. Os artigos de Lucio Costa, entre eles Razões da Nova Arquitetura, alcançaram ressonância e a liberdade de ação política com que os brindava o ministro Capanema e Rodrigo Mello Franco de Andrade permitiu o crescimento do movimento moderno.

Mas é certo que também o movimento estava amadurecendo, porque no mesmo ano de 1936 o concurso da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) congregou uma série de projetos com estruturas independentes, plantas livres, fachadas de fenestração corrida e o desenho triunfador de Marcelo e Milton Ribeiro eram considerados uma inovação absoluta em seu volume sem janelas aparentes.

A obra do Ministério da Educação recorria a soluções corbusierianas dos pilotis, os brise-soleil na fachada castigada pelo sol e a carpintaria acristalada sobre a área de trabalho (que hoje está sendo renovada por sua acelerada destruição por causa da salinidade do ar carioca). A integração das artes na Arquitetura contemporânea, uma das premissas que os mexicanos já haviam empunhado, se verifica nas contribuições de Roberto Burle Marx nos jardins e varandas, de Cândido Portinari nos murais e azulejaria de antiga tradição lusitana, nas esculturas de Bruno Giorgi, Celso Antonio e Lipchitz. A equipe de arquitetos se integrou com Costa, Niemeyer, Alfonso Eduardo Reidy, Carlos Leão, Jorge Moreira e Ernani Vasconcelos.

O entusiasmo dos jovens arquitetos pela obra se deve não só à repercussão da mesma, mas à liberdade de que dispuseram para realizá-la. Lucio Costa escrevia que a sugestão de Le Corbusier para outra localização serviu de referência, mas que "tanto o projeto como a construção do atual edifício, desde o primeiro esboço até a conclusão definitiva, foram levados a cabo sem a mínima assistência do mestre e como espontânea contribuição nativa para a pública consagração dos princípios pelos quais ele sempre lutou".

Afirmava Lucio Costa que "construído na mesma época, com os mesmos materiais e para um mesmo fim utilitário, o edifício do Ministério se destaca, não obstante, em meio à espessa vulgaridade da edificação circunvizinha, como algo ali alojado severamente, só para o comovido êxtase do transeunte despreocupado e, de vez em quando, surpreendido, pela vista de tão sublimada manifestação de pureza, forma e domínio da razão sobre a inércia da matéria".

Costa considera-o um edifício "formoso e simbólico", porque "sua construção foi possível na medida em que se atropelou tanto a legislação municipal vigente, como a ética profissional..." Enfim, lições de um duvidoso conteúdo que tomadas como exemplo podem contribuir para fomentar a habitual forma de trabalho dos especuladores imobiliários...

A configuração do trabalho de um grupo de arquitetos – que simultaneamente realizou obras de grande qualidade, como os irmãos Roberto (aeroporto Santos Dumont, Liga contra a tuberculose), Atílio Correia Lima e Renato Soeiro (Estação de hidroaviões e Estação Marítima Rodrigues Alves), Henrique E. Mindlin (Hotel Copan), Rino Levi (Instituto Sedes Sapiantiae, Oficinas Stig, Teatro de Cultura Artística e Banco Paulista, todos em São Paulo) – assinala que a projeção da Arquitetura brasileira estava implícita em sua própria realidade e que os aportes externos de Le Corbusier, Marcello Piacentini, Franco Albini e a posterior permanência de Giancarlo Palanti somente viriam consolidá-la.

Talvez o êxito da Arquitetura brasileira consista em que seu período racionalista foi breve, que dele se decantou um funcionalismo que, elaborado com sensibilidade espacial, em uma contundente força expressiva integrando artes e natureza, superou criativamente as imagens estereotipadas do movimento moderno.

Se esta sensibilidade plástica, esta afeição pela curva e a natureza são herança de uma virtualidade histórica barroca ou de um vanguardismo formalista que caracteriza a arquitetura das décadas 1950-70, está ainda por resolver-se, e é provável que ambos componentes desempenhem um papel relevante.

Não cabe dúvida, em homens como Lucio Costa, da vigência da idéia e preocupação de ligar o movimento moderno à própria história cultural. Os "neocoloniais", como Mariano Filho, não entenderam que a reivindicação do passado não se efetuava na cópia, mas na preservação do autêntico, como vinha fazendo excelentemente a Diretoria do Patrimônio Histórico Nacional desde os tempos de Rodrigo Mello Franco de Andrade, Edson Motta, Renato Soeiro, Augusto da Silva Telles, Aloisio Magalhães, Luis Saia, Mario Mendonça de Oliveira, e outros técnicos e especialistas. Cabe mencionar muito especialmente neste sentido a tarefa da Fundação do Pelourinho, na Bahia, e os trabalhos de inventário concretizados por Paulo de Azevedo.

A projeção internacional do movimento se produziu na realidade com o Pavilhão Internacional da Feira de Nova York (1939), desenhado conjuntamente por Lucio Costa e Oscar Niemeyer em um surpreendente traçado de liberdade formal.

A crise da Segunda Guerra Mundial, que devastou países e idéias, situava o Brasil e os Estados Unidos como novas plataformas do lançamento da arquitetura moderna.

Isso explica as preocupações de suas propostas nos livros de Goodwin (1943), a exposição de Russel-Hitchock (1945) e os escritos de Bardi e Papadaki (sobre Niemeyer, 1950).

A obra de Oscar Niemeyer constitui o eixo de referência central da arquitetura brasileira, começando com seu edifício da Obra do Berço (1937) e continuando pelos conjuntos que lhe encomendara Kubitschek, à época prefeito de Belo Horizonte, para Pampulha. O cassino (atual Museu de Arte Moderna), o Iate Clube, o Pavilhão de Danças e a igreja de São Francisco de Assis foram realizados entre 1942 e 1943.

Silva Teles destaca sua representatividade como expoente desse período em suas "curvas de traçado fluido e ritmos concêntricos, formas que interpretam definindo paredes externas e internas, além de rampas e escadas. Foram freqüentes também os revestimentos de azulejos, o jogo dos quebra-sóis em ritmos variados, que em alguns casos foram substituídos por elementos celulares de cimento e cerâmica".

A identidade entre a proposta formal de Niemeyer na Casa de Baile (1942) e os desenhos de jardins de Burle Marx indicam a sensibilidade de integração cultural da natureza como tema e a total e desinibida liberdade do arquiteto para plasmar formas.

A qualidade escultórica desta Arquitetura transcende o mero organograma funcionalista do racionalismo, introduzindo uma variável de riqueza expressiva que potencializa as qualidades conceituais da Arquitetura moderna sem entrar em contradição com ela.

Ramon Gutierrez é catedrático de História da Arquitetura na Universidade Nacional do Nordeste, pesquisador do Conselho de Pesquisa Científicas da Argentina, e consultor da Unesco em questões de preservação arquitetônica e urbana. Este texto foi extraído do seu livro Arquitectura e Urbanismo em Ibero America. Manuale Arte Cátedra, 3a Ed, Madrid.



Oscar Niemeyer

Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares Filho (Rio de Janeiro, 15 de dezembro de 1907) é um arquiteto brasileiro, considerado um dos nomes mais influentes na Arquitetura Moderna internacional. Foi pioneiro na exploração das possibilidades construtivas e plásticas do concreto armado.

Seus trabalhos mais conhecidos são os edifícios públicos que desenhou para a cidade de Brasília.

Seu primeiro projeto individual a ser construído foi a Obra do Berço, em 1937, no bairro da Lagoa, Rio de Janeiro. Neste edifício nota-se a presença dos elementos defendidos na arquitetura moderna e a influência do arquiteto francês Le Corbusier: o pilotis, a planta livre, a fachada livre, possibilitando a abertura total de janelas na fachada, o terraço-jardim e o brise-soleil, pela primeira vez utilizado na vertical. Durante a construção, o arquiteto estava fora do Brasil e, ao retornar, encontrou o brise instalado de forma inapropriada, sem proteger o interior contra a insolação. Sendo assim, Niemeyer, que nada havia cobrado pelo projeto, pagou pela execução do brise na forma em que havia projetado. O prédio da Obra do Berço foi inaugurado em 1938 e em 2008 a instituição ainda o ocupa.

Lúcio Costa



Lúcio Marçal Ferreira Ribeiro Lima Costa (Toulon, França, 27 de fevereiro de 1902 — Rio de Janeiro, 13 de junho de 1998) foi um arquiteto, urbanista e professor brasileiro.

Pioneiro da arquitetura modernista no Brasil, ficou conhecido mundialmente pelo projeto do Plano Piloto de Brasília. Devido às atividades oficiais de seu pai, o almirante Joaquim Ribeiro da Costa, morou em diversos países, o que lhe rendeu uma formação pluralista. Estudou na Royal Grammar School em Newcastle, no Reino Unido, e no Collège National em Montreux, na Suíça.

Retornou ao Brasil em 1917 e, mais tarde, passou a frequentar o curso de arquitetura da Escola Nacional de Belas Artes, que ainda aplicava um programa neoclássico de ensino. Apesar de praticar uma arquitetura neoclássica durante seus primeiros anos (defendendo em certos momentos uma arquitetura neocolonial), rompeu com essa formação historicista e passou a receber influências da obra do arquiteto franco-suíço Le Corbusier.

Iniciou parceria com o arquiteto ucraniano Gregori Warchavchik, que construiu a primeira residência considerada moderna no Brasil.

Em 1930, nomeado ministro da Educação e Saúde o jurista Francisco Campos, chamou para seu chefe de gabinete Rodrigo Melo Franco de Andrade de grande influência entre os modernistas de São Paulo e Rio de Janeiro. Por indicação deste, foi nomeado para dirigir a Escola Nacional de Belas Artes, o jovem arquiteto Lúcio Costa, com a missão de renovar o ensino das artes plásticas e implantar um curso de arquitetura moderna.

Alterações introduzidas por Lúcio Costa mudaram a estrutura e o espírito do salão anual. Apareceram pela primeira vez na velha escola, ao lado dos antigos frequentadores, artistas ligados à corrente moderna, na sua maioria vindos da capital paulista. A trigésima oitava Exposição Geral (1931), foi por isso chamada de Salão revolucionário.

Burle Marx



Roberto Burle Marx (São Paulo, 4 de agosto de 1909 — Rio de Janeiro, 4 de junho de 1994) foi um artista plástico brasileiro, tendo ganho renome internacional ao exercer a profissão de arquiteto-paisagista. Morou grande parte de sua vida no Rio de Janeiro, onde estão localizados seus principais trabalhos, embora sua obra possa ser encontrada ao redor de todo o mundo

Mudança para o Rio de Janeiro

Quando os negócios começam a ir mal em São Paulo, seu pai resolve mudar-se para o Rio de Janeiro em 1913. A família vive um tempo em casa de familiares e quando a nova empresa de exportação e importação de couros de Wilhelm Marx começa a ter resultados positivos finalmente se mudam para um casarão no Leme. Neste casarão, Burle Marx, então com 8 anos, começa a sua própria coleção de plantas e a cultivar suas mudas.

Período na Alemanha

Aos 19 anos, Burle Marx tem um problema nos olhos e a família se muda para Alemanha em busca de tratamento. Permanecem na Alemanha de 1928 a 1929, onde Burle Marx entra em contato com as vanguardas artísticas. Lá conheceu um Jardim Botânico com uma estufa mantendo vegetação brasileira, pela qual ficou fascinado.

As diversas exposições que visitou e, dentre as mais importantes a de Picasso, Matisse, Paul Klee e Van Gogh, lhe causaram grande impressão, levando-o à decisão de estudar pintura.

Formação acadêmica em Arquitetura (Belas Artes)

Durante a estada na Alemanha, Burle Marx estuda pintura no ateliê de Degner Klemn. De volta ao Rio de Janeiro, em 1930, Lucio Costa, que era seu amigo e vizinho do Leme, o incentiva a ingressar na Escola Nacional de Belas Artes, atual Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Burle Marx convive na universidade com aqueles que se tornariam reconhecidos na arquitetura moderna brasileira: Oscar Niemeyer, Hélio Uchôa e Milton Roberto, entre outros.

Início do Paisagismo no Recife

O primeiro projeto de jardim público idealizado por Burle Marx foi a Praça de Casa Forte, no Recife, em 1934. Nesse mesmo ano assumiu o cargo de Diretor de Parques e Jardins do Departamento de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco, onde ainda lidava com um trabalho de inspiração levemente eclética, projetando mais de 10 praças. Nesse cargo, faz uso intenso da vegetação nativa nacional e começou a ganhar renome, sendo convidado a projetar os jardins do Edifício Gustavo Capanema (então Ministério da Educação e da Saúde). Em 1935, ao projetar a Praça Euclides da Cunha (conhecida como Cactário Madalena) ornamentada com plantas da caatinga e do sertão nordestino, buscou livrar os jardins do "cunho europeu", semeando a alma brasileira e divulgando o "senso de brasilidade". Seu grupo do movimento arquitetônico modernista (junto com Luiz Nunes, da Diretoria de Arquitetura e Construção, e Attílio Correa Lima, responsável pelo Plano Urbanístico da cidade, ganhou opositores como Mário Melo e simpatizantes como Gilberto Freyre, Joaquim Cardozo e Cícero Dias, com os quais sempre se reunia. Em 1937 criou o primeiro Parque Ecológico do Recife.



Ruptura e modernidade

Sua participação na definição da Arquitetura Moderna Brasileira foi fundamental, tendo participado das equipes responsáveis por diversos projetos célebres. O terraço-jardim que projetou para o Edifício Gustavo Capanema é considerado um marco de ruptura no paisagismo brasileiro. Definido por vegetação nativa e formas sinuosas, o jardim (com espaços contemplativos e de estar) possuía uma configuração inédita no país e no mundo.

A partir daí, Burle Marx passará a trabalhar com uma linguagem bastante orgânica e evolutiva identificando-a muito com vanguardas artísticas como a arte abstrata, o concretismo, o construtivismo, entre outras. As plantas baixas de seus projetos lembram em muitas vezes telas abstratas, nas quais os espaços criados privilegiam a formação de recantos e caminhos através dos elementos de vegetação nativa.



Brasília





O Palácio do Planalto.

Em 1957, Niemeyer abre um concurso público para o plano piloto da nova capital Brasília. O projeto vencedor é o apresentado por Lúcio Costa, seu amigo e ex-patrão. Niemeyer, arquiteto escolhido por Juscelino, seria responsável pelos projetos dos edifícios, enquanto Lúcio Costa desenvolveria o plano da cidade.

Brasília foi um grande desafio; a cidade foi construída na velocidade de um mandato, e Niemeyer teve de planejar uma série de edifícios em poucos meses para configurá-la. Entre os de maior destaque estão a residência do Presidente (Palácio da Alvorada), o Edifício do Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal), a Catedral de Brasília, os prédios dos ministérios, a sede do governo (Palácio do Planalto) além de prédios residencias e comerciais.

A determinação de Kubitschek foi fundamental para a construção de Brasília, levando para frente sua intenção de desenvolver o centro despovoado do Brasil, ao exemplo da marcha do oeste norte-americana): povoar o interior e levar o progresso Brasil adentro.

O projeto de Lúcio Costa, vencedor do concurso, punha em prática os conceitos modernistas de cidade: o automóvel no topo da hierarquia viária, facilitando o deslocamento na cidade, os blocos de edifícios afastados, em pilotis sobre grandes áreas verdes. Brasília possui diretrizes que remetem aos projetos de Le Corbusier na década de 20 e ainda ao seu projeto para a cidade de Chandigarh, pela escala monumental dos edifícios governamentais. A cidade de Lúcio Costa também possui conceitos semelhantes aos dos estudos de Hilberseimer.

Nesta nova cidade projetada, levou-se em conta o ideal socialista, onde todas as moradias pertenceriam ao governo e seriam utilizadas pelos funcionários públicos. Nesta visão, todos os funcionários, fossem serventes ou parlamentares, deveriam habitar os mesmos prédios.

A construção de Brasília foi controversa; os preceitos do urbanismo modernista já sofriam críticas antes mesmo do início de sua construção, devido a sua escala monumental e à prioridade dada ao automóvel. Brasília cresceu de forma não prevista e cidades-satélite surgiram para acomodar a crescente população. Atualmente, apenas uma pequena parcela dos habitantes do Distrito Federal habita na área prevista pelo plano piloto de Lúcio Costa.

EDIFICIOS DE BRASÍLIA



Igrejinha da 307/308 Sul, Palácio da Alvorada, Palácio do Planalto, Catedral Metropolitana ,Nossa Senhora Aparecida, Casa do Cantador, Edifício do Congresso Nacional


Oscar Niemeyer
















Lucio Costa










                                          Burle Marx
 












Brasília

Catedral Metropolitana Ponte







Ponte JK







Igrejinha 307/308 sul Palácio da alvorada








,
Palácio do Planalto






Palacio da alvorada







Edifício do Congresso Nacional







NOMES: Daniel Junio                                      N°: 09
                 Rafael da silva araújo                        N°: 31
                 Weiller Schepis Gusmão Mesquita    N°: 42


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