quarta-feira, 23 de junho de 2010
Lúcio Costa e Burle Marx
Lúcio Costa
Lúcio Marçal Ferreira Ribeiro Lima Costa (Toulon, França, 27 de fevereiro de 1902 — Rio de Janeiro, 13 de junho de 1998) foi um arquiteto, urbanista e professor brasileiro.
Pioneiro da arquitetura modernista no Brasil, ficou conhecido mundialmente pelo projeto do Plano Piloto de Brasília. Devido às atividades oficiais de seu pai, o almirante Joaquim Ribeiro da Costa, morou em diversos países, o que lhe rendeu uma formação pluralista. Estudou na Royal Grammar School em Newcastle, no Reino Unido, e no Collège National em Montreux, na Suíça.
Retornou ao Brasil em 1917 e, mais tarde, passou a frequentar o curso de arquitetura da Escola Nacional de Belas Artes, que ainda aplicava um programa neoclássico de ensino. Apesar de praticar uma arquitetura neoclássica durante seus primeiros anos (defendendo em certos momentos uma arquitetura neocolonial), rompeu com essa formação historicista e passou a receber influências da obra do arquiteto franco-suíço Le Corbusier.
Iniciou parceria com o arquiteto ucraniano Gregori Warchavchik, que construiu a primeira residência considerada moderna no Brasil.
Em 1930, nomeado ministro da Educação e Saúde o jurista Francisco Campos, chamou para seu chefe de gabinete Rodrigo Melo Franco de Andrade de grande influência entre os modernistas de São Paulo e Rio de Janeiro. Por indicação deste, foi nomeado para dirigir a Escola Nacional de Belas Artes, o jovem arquiteto Lúcio Costa, com a missão de renovar o ensino das artes plásticas e implantar um curso de arquitetura moderna.
Alterações introduzidas por Lúcio Costa mudaram a estrutura e o espírito do salão anual. Apareceram pela primeira vez na velha escola, ao lado dos antigos frequentadores, artistas ligados à corrente moderna, na sua maioria vindos da capital paulista. A trigésima oitava Exposição Geral (1931), foi por isso chamada de Salão revolucionário.
Entre os alunos da renovada escola de arquitetura estava o jovem Oscar Niemeyer.
Sabendo da importância de sua geração na mudança dos rumos culturais do país, Costa convenceu Le Corbusier a vir ao Brasil em 1936 para uma série de conferências (enquanto colaborava no projeto da sede do recém-criado Ministério da Educação e da Saúde Pública). A arquitetura moderna do projeto ia ao encontro dos objetivos da ditadura Vargas, ao passar ares de modernidade e progresso ao país. Costa, embora convidado a projetar o edifício sozinho, preferiu dividir o projeto com uma equipe que incluía o seu antigo aluno Oscar Niemeyer e os seus sócios Carlos Leão, Ernani Vasconcellos, Jorge Moreira e Affonso Eduardo Reidy.
Em 1939 foi co-autor do pavilhão brasileiro para a Feira Universal de Nova Iorque juntamente com Oscar Niemeyer e Paul Lester Wiener.
Em 1957, ao ser lançado o concurso para a nova capital do país, Costa enviou ideia para um anteprojeto, contrariando algumas normas do concurso. Apesar disso, venceu por quase unanimidade (apenas um jurado não votou nele), sofrendo diversas acusações dos concorrentes. Desenvolveu o Plano Piloto de Brasília e, como Niemeyer, passou a ser conhecido em todo o mundo como autor de grande parte dos prédios públicos.
Após Brasília, recebeu convites para coordenar vários planos urbanísticos, no Brasil e no exterior.Foi colaborador e diretor do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
Faleceu na capital fluminense, onde residiu a maior parte da vida. Deixou duas filhas, Maria Elisa Costa, arquiteta, e Helena.
Principais obras
Fachada norte do Ministério da Educação e Saúde Pública
• 1936 - Projeto do edifício-sede do Ministério da Educação e Saúde Pública, atual Palácio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro, com equipe de arquitetos cariocas;
• 1937 - Projeto para o museu em São Miguel das Missões, no Rio Grande do Sul;
• Projeto para rampas do outeiro da Glória, no Rio de Janeiro;
• 1939 - Pavilhão do Brasil na Feira Internacional de Nova York;
• Residência Hungria Machado (atual consulado da Rússia), no Rio de Janeiro
• Casa de veraneio do barão de Saavedra, em Petrópolis;
• 1944 - Park Hotel São Clemente, em Nova Friburgo;
• Parque Guinle, em Laranjeiras, na Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro;
• 1952 - Projeto da Casa do Brasil, na Cité Internationale Universitaire de Paris de Paris;
• 1956 - Sede social do Jockey Club do Brasil, no centro da cidade do Rio de Janeiro;
• 1957 - Brasília, a capital brasileira e um dos marcos do urbanismo do século XX;
• 1967 - Barra da Tijuca, plano piloto da expansão da região metropolitana do Estado do Rio de Janeiro.
Produção bibliográfica
• 1939 - Razões da Nova Arquitetura
• 1945 - Considerações sobre o Ensino da Arquitetura
• 1952 - O Arquiteto e a Sociedade Contemporânea
• 1962 - Lúcio Costa: Sobre Arquitetura
• 1995 - Registro de uma Vivência. São Paulo: Empresa das Artes
Burle Marx
Roberto Burle Marx (São Paulo, 4 de agosto de 1909 — Rio de Janeiro, 4 de junho de 1994) foi um artista plástico brasileiro, tendo ganho renome internacional ao exercer a profissão de arquiteto-paisagista. Morou grande parte de sua vida no Rio de Janeiro, onde estão localizados seus principais trabalhos, embora sua obra possa ser encontrada ao redor de todo o mundo.
Biografia
Era o quarto filho de Cecília Burle (de origem pernambucana e francesa) e de Wilhelm Marx, judeu alemão, nascido em Stuttgart e criado em Trier (cidade natal de Karl Marx, primo de seu avô).
A mãe, exímia pianista e cantora, despertou nos filhos o amor pela música e pelas plantas. Roberto a acompanhava, desde muito pequeno, nos cuidados diários com as rosas, begônias, antúrios, gladíolos, tinhorões e muitas outras espécies que plantava no seu jardim. Com a ama Ana Piascek aprendeu a preparar os canteiros e a observar a germinação das sementes do jardim e da horta.
O pai era um homem culto, amante da música erudita e da literatura europeia, preocupado com a educação dos filhos, aos quais ensinou alemão, embora se dedicasse aos negócios, como comerciante de couros, num curtume que mantinha em São Paulo.
Mudança para o Rio de Janeiro
Quando os negócios começam a ir mal em São Paulo, seu pai resolve mudar-se para o Rio de Janeiro em 1913. A família vive um tempo em casa de familiares e quando a nova empresa de exportação e importação de couros de Wilhelm Marx começa a ter resultados positivos finalmente se mudam para um casarão no Leme. Neste casarão, Burle Marx, então com 8 anos, começa a sua própria coleção de plantas e a cultivar suas mudas.
Período na Alemanha
Aos 19 anos, Burle Marx tem um problema nos olhos e a família se muda para Alemanha em busca de tratamento. Permanecem na Alemanha de 1928 a 1929, onde Burle Marx entra em contato com as vanguardas artísticas. Lá conheceu um Jardim Botânico com uma estufa mantendo vegetação brasileira, pela qual ficou fascinado.
As diversas exposições que visitou e, dentre as mais importantes a de Picasso, Matisse, Paul Klee e Van Gogh, lhe causaram grande impressão, levando-o à decisão de estudar pintura.
Formação acadêmica em Arquitetura (Belas Artes)
Durante a estada na Alemanha, Burle Marx estuda pintura no ateliê de Degner Klemn. De volta ao Rio de Janeiro, em 1930, Lucio Costa, que era seu amigo e vizinho do Leme, o incentiva a ingressar na Escola Nacional de Belas Artes, atual Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Burle Marx convive na universidade com aqueles que se tornariam reconhecidos na arquitetura moderna brasileira: Oscar Niemeyer, Hélio Uchôa e Milton Roberto, entre outros.
Início do Paisagismo em Recife
O primeiro projeto de jardim público idealizado por Burle Marx foi a Praça de Casa Forte, em Recife, em 1934. Neste mesmo ano assumiu o cargo de Diretor de Parques e Jardins do Departamento de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco, onde ainda lidava com um trabalho de inspiração levemente eclética, projetando mais de 10 praças. Nesse cargo, faz uso intenso da vegetação nativa nacional e começa a ganhar certo renome, sendo convidado a projetar os jardins do Edifício Gustavo Capanema (então Ministério da Educação e da Saúde). Em 1935, ao projetar a Praça Euclides da Cunha (conhecida como Cactário Madalena) ornamentada com plantas da caatinga e do sertão nordestino, buscou livrar os jardins do "cunho europeu", semeando a alma brasileira e divulgando o "senso de brasilidade". Seu grupo do movimento arquitetônico modernista (junto com Luiz Nunes, da Diretoria de Arquitetura e Construção, e Attílio Correa Lima, responsável pelo Plano Urbanístico da cidade) ganhou opositores como Mário Melo e simpatizantes como Gilberto Freyre, Joaquim Cardozo e Cícero Dias, com os quais sempre se reunia. Em 1937 cria o primeiro Parque Ecológico do Recife.
Ruptura e modernidade
Sua participação na definição da Arquitetura Moderna Brasileira foi fundamental, tendo participado das equipes responsáveis por diversos projetos célebres. O terraço-jardim que projetou para o Edifício Gustavo Capanema é considerado um marco de ruptura no paisagismo brasileiro. Definido por vegetação nativa e formas sinuosas, o jardim (com espaços contemplativos e de estar) possuía uma configuração inédita no país e no mundo.
A partir daí, Burle Marx passará a trabalhar com uma linguagem bastante orgânica e evolutiva identificando-a muito com vanguardas artísticas como a arte abstrata, o concretismo, o construtivismo, entre outras. As plantas baixas de seus projetos lembram em muitas vezes telas abstratas, nas quais os espaços criados privilegiam a formação de recantos e caminhos através dos elementos de vegetação nativa.
Cronologia
• 1909 - nasce Burle Marx em 5 de agosto, em São Paulo
• 1913 - Muda-se com a família para o Rio de Janeiro, onde fixam domicílio
• 1928 a 1929 - Vive período na Alemanha com a família
• 1930 a 1934 - Ingressa e frequenta a Escola Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro
• 1932 - Primeiro projeto de paisagismo para a residência da família Schwartz no Rio de Janeiro
• 1934 - Assume a Diretoria de Parques e Jardins do Recife, projeta praças e jardins públicos
• 1937 - Cria o primeiro Parque Ecológico do Recife
• 1949 - Adquire um sítio de 365.000 m2, em Guaratiba, RJ, onde abriga uma grande coleção de plantas
• 1953 - Projeta os Jardins da Cidade Universitária da Universidade do Brasil, Rio de Janeiro
• 1953 - Projeta o Jardim do Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte
• 1954 - Realiza o projeto paisagístico para o Parque Ibirapuera, em São Paulo, SP (não executado)
• 1955 - Projeta o paisagismo do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ
• 1961 - Projeta o paisagismo para o Eixo Monumental de Brasília
• 1961 - Paisagismo do Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro
• 1968 - Projeta o paisagismo da Embaixada do Brasil em Washington (Estados Unidos) -
• 1970 - Projeta o paisagismo do Palácio Karnak, sede oficial do Governo do Piauí.
• 1971 - Recebe a Comenda da Ordem do Rio Branco do Itamaraty em Brasília
• 1982 - Recebe o título Doutor honoris causa da Academia Real de Belas Artes de Haia (Holanda)
• 1982 - Recebe o título Doutor honoris causa do Royal College of Art em Londres (Inglaterra)
• 1985 - Doou seu sítio de Guaratiba com seu acervo ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN (na ocasião se chamava Fundação Nacional Pró Memória)
• 1990 - Projeta o paisagismo do Parque Ipanema, em Ipatinga/MG
• 1994 - Morre no Rio de Janeiro, em 5 de junho, tendo projetado mais de 2.000 jardins ao longo de sua vida.
Bibliografia:
http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%BAcio_Costa
http://pt.wikipedia.org/wiki/Roberto_Burle_Marx
http://oblogdoroberto.zip.net/images/burlemarx2.jpg
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpMhxU3Kk9FSUloBEooDZdhyphenhyphenZiGBJg6bfS2DE8t4FTGgNNQbucit85oApVeBoh9mLirnZfwm9G9dZK8aM9YJ06O7ik1ZspxHhLGXUu8tJ-9xz3UrEx336oHUP5wzxm7mzZEYGltwbfwRQ/s400/L%C3%BAcio+Costa.jpg
Alunos: Nº.:
Gustavo de Oliveira 13
Yuri das Neves 45
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